03 setembro 2008

Setembro


Fotografia de Nuno Abreu


Era Setembro
ou outro mês qualquer
propício a pequenas crueldades:
a sombra aperta os seus anéis.
Que queres tu ainda?
O sopro das dunas sobre a boca?
A luz quase despida?
Fazer do corpo todo
um lugar desviado do inverno?

Eugénio de Andrade
in Poesia, Ed. Fundação Eugénio de Andrade,
2.ª edição, 2005, pg.341

2 comentários:

Justine disse...

De vez em quando aqui me trazes a frescura e sempre, sempre a novidade do Eugénio, mesmo lido todos os dias. Obrigada:))

1/4 de Fada disse...

Um poema de um dos meus poetas preferidos, sobre um mês que para mim simboliza fins e princípios...