14 fevereiro 2008

Poema de quase-amor


Fotografia de Almor Loucao
http://www.reflexosonline.com/almor



REDACÇÃO

Uma senhora pediu-me
um poema de amor.

Não de amor por ela,
mas “de amor, de amor”.

À parte aquelas trivialidades
“minha rosa,
lua do meu céu interior”
que podia eu dizer
para ela, a não destinatária,
que não fosse por ela?

Sem objecto, o poema
é uma redacção
dos 100 modelos
de Cartas de Amor.

Alexandre O’Neill (1924-1968)

in Poesia Completa

1 comentário:

Oliver Pickwick disse...

Tão certo como dois e dois são quatro, prezada Carmen.
Obrigado pela visita lá no condado.
Beijos!