Em Beatriz, a árvore feliz (Trinta por uma linha, 2017), Carmen Zita
Ferreira apresenta-nos uma fabulosa e não menos misteriosa alegoria da
vida. Com efeito, narra-se a história de vida de uma bolota – chamada
Beatriz – que se soltou do ramo onde tinha nascido, para que, caindo na
terra, pudesse crescer, ganhar folhas, ramos, cortiça e bolotas suas.
Mas não foi exatamente assim que aconteceu. Beatriz caiu entre a berma
da estrada e o começo da terra negra. Só depois de muitas tribulações,
Beatriz Sobreiro, a quem todos chamam Beatriz, a árvore feliz,
sobreviverá. Sobre o livro, João Manuel Ribeiro escreveu: "A intensidade
da metáfora, que a alegoria expande e a evidência da personificação,
ampliada pelo nome próprio (Beatriz) e pelo adjetivo (feliz), permite ao
leitor, tenha ele a idade que tiver, percecionar que se encontra diante
duma história de vida, que conecta e de algum modo inclui a sua própria
vida. E esta é, de facto, a magia e a grandeza da literatura para a
infância: abordar temas centrais da vida humana com a simplicidade e a
profundidade que as metáforas possibilitam. E isto é sedutor, porque
“mostra” sem dizer, “insinua” sem afirmar. As ilustrações de Hélder
Barbosa, pela insistência no cinzento e no lilás, num jogo entre sombra e
cor, conferem à narrativa uma dinâmica própria que ilumina o texto,
transfigurando-o e acrescentando-lhe possíveis e novos significados."
Texto: Carmen Zita Ferreira
Ilustração: Hélder Barbosa
Edição: Trinta por uma Linha
Ano de edição: 2017
Formato: 21 x 22 cm
ISBN: 978-989-99784-9-2
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