24 maio 2012

banda sonora de viagem #23



In the mornings,

I was anxious

Was better just to stay in bed

Didn't wanna fail myself again



Running through all the options

And the endings

Were rolling out in front of me

But I couldn't choose a thread to begin



And I could not, love

Cos I could not love myself

Never good enough no

That was all I'd tell myself

And I was not well

But I could not help myself

I was giving up on living



In the morning

You were leaving

Traveling south again

And you said you were not unprepared

And all the dead ends

Disappointments

Fading from your memory

Ready for that lonely life to end



And you gave me love

When I could not love myself

And you made me turn

From the way I saw myself

And your patient love

And you helped me help myself

And you saved me

22 maio 2012

No Dia do Autor Português

«Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.


Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.

Quero brincar de manhã à noite, seja no que for.

Quando for grande, quero ser um brincador.

Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.

Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer.

Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador...

A mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida. E depois acrescenta, a suspirar: “é assim a vida”. Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.

A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser brincador. Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta. Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta. Na minha sepultura, vão escrever: “Aqui jaz um brincador. Era um homem simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras.»

O Brincador,
Texto de Álvaro Magalhães
Ilustração de

Isabel Hojas (Santiago, 1977- )
http://tierradehojas.cl/

04 maio 2012