Fotografia de Gabriela C. Bertão
Sorri, boneca de pano-encantado!
Mostra que, apesar de não a teres sonhado,
acolhes a realidade que hoje vives.
Sorri, pois estão a olhar para ti.
Ninguém se importa se quer chorar quem ri
sonhando um longínquo paraíso acordado.
Olha a multidão que não te olha,
vê como estás só neste sufoco de gente.
Vê como no fundo és tão diferente.
Luta, boneca, luta,
por aquilo que querem que vás lutar,
por aquilo que nunca ambicionaste amar.
Luta, por alguém que há-de vir
por alguém que vai ter de sorrir
mesmo que, no fundo, queira chorar.
Serão teus filhos?
Saberão eles quais são os perigos
de não se sorrir, quando se não quer?
Saberão eles que, se forem “mulher”
o mundo pouco terá para lhes oferecer,
apenas imposições, dores e castigos?
Sorri, boneca de pano-encantado!
Acaba de escrever, põe o pensamento de lado
e a tua cara decora com sorrisos.
Podes escrever... pouco... mas podes.
Não podes é ambicionar ou querer
que depois alguém dê valor ao que vai ler.
És mulher: o que podes fazer é ensinar.
Ensinar a ler, ensinar a amar,
ensinar a ver a luz que te consome.
Consomes, tu, a luz de um doce olhar,
consomes o gosto de um salgado mar
e mesmo sem os teres, deves sorrir.
Sorri boneca de pano-encantado!
Encara o futuro,
liberta-te do passado.
lembra-te que ainda pode haver
um porto seguro
e recatado,
que acolha o teu sorrir,
o teu viver.
Lembra-te de que “a esperança
é a última a morrer”.
Sorri, boneca de pano-encantado!
Mostra que, apesar de não a teres sonhado,
acolhes a realidade que hoje vives.
Sorri, pois estão a olhar para ti.
Ninguém se importa se quer chorar quem ri
sonhando um longínquo paraíso acordado.
Olha a multidão que não te olha,
vê como estás só neste sufoco de gente.
Vê como no fundo és tão diferente.
Luta, boneca, luta,
por aquilo que querem que vás lutar,
por aquilo que nunca ambicionaste amar.
Luta, por alguém que há-de vir
por alguém que vai ter de sorrir
mesmo que, no fundo, queira chorar.
Serão teus filhos?
Saberão eles quais são os perigos
de não se sorrir, quando se não quer?
Saberão eles que, se forem “mulher”
o mundo pouco terá para lhes oferecer,
apenas imposições, dores e castigos?
Sorri, boneca de pano-encantado!
Acaba de escrever, põe o pensamento de lado
e a tua cara decora com sorrisos.
Podes escrever... pouco... mas podes.
Não podes é ambicionar ou querer
que depois alguém dê valor ao que vai ler.
És mulher: o que podes fazer é ensinar.
Ensinar a ler, ensinar a amar,
ensinar a ver a luz que te consome.
Consomes, tu, a luz de um doce olhar,
consomes o gosto de um salgado mar
e mesmo sem os teres, deves sorrir.
Sorri boneca de pano-encantado!
Encara o futuro,
liberta-te do passado.
lembra-te que ainda pode haver
um porto seguro
e recatado,
que acolha o teu sorrir,
o teu viver.
Lembra-te de que “a esperança
é a última a morrer”.
Carmen Zita Ferreira
In Jogo de Espelhos, 2004,
Ed. Som da Tinta, pg. 17In Jogo de Espelhos, 2004,
1 comentário:
Bonitas palavras!
Na minha infância tive uma boneca de pano do meu tamanho. Ia com ela para todo o lado, era a minha mana de trapos. Com a mudança, perdeu-se...
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