Os amigos
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles
e são sempre adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos
no seu exagero de temporalidade pura.
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos explica
por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis.
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor.
José Tolentino Mendonça
in De Igual Para Igual, Assírio & Alvim, 2001.
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles
e são sempre adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos
no seu exagero de temporalidade pura.
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos explica
por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis.
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor.
José Tolentino Mendonça
in De Igual Para Igual, Assírio & Alvim, 2001.
2 comentários:
Mais uma forma de amor...
:)
E ficou mais um desafio na Teia...desta vez, musical...
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