O telefone e a metafísica
Acontece que
vais à caderneta de telefones e ela
que antes (sabias) estava cheia
de números e nomes
repentinamente está vazia.
De A a Z
vazia.
Onde tudo e todos?
Roubaram os ossos do telefone,
que não te pode levar a lugar nenhum.
Perplexo, descobres que existir
é deserto.
Eucanaã Ferraz
in Livro Primeiro. Rio de Janeiro, Edição do autor, 1990.
1 comentário:
...cada grão de areia é deserto pela sua diferença...mas se olhar em volta descobre que é muito mais do que isso...
E no meio da multidão pode efectivamente andar-se só...
Gostei da simplicidade e objectividade do poema.
Grande foto!
As melhoras, amiga.
Bjs grandes.
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