Tenho um sorriso fechado na palma da minha mão.
Sorriso que foi achado caído no meio do chão.
Um sorriso que era vento desenrolado do azul
em que as minhas velas pandas se enfunavam para o Sul,
rumo a qualquer fim do mundo!
Uma ilha tropical onde o meu corpo confundo
com vento suor e sal. Era esse o teu sorriso;
o sorriso que me davas quando os teus olhos nos meus
eram dois potros com asas.
À tua espera na praia fiquei pela tarde fora,
no alto daquele rochedo onde um minuto é uma hora!
E não vi o teu sorriso surgir da areia ou do mar.
Nem tive um porto de abrigo...
Nem foste um barco a chegar.
Se me disseres que morreste não acredito. Não posso!
Andavas sempre comigo e o teu sorriso era o nosso...
Hoje guardo o teu sorriso fechado na minha mão...
A contrastar com o siso que trago no coração.