30 março 2009
II Antologia de Poetas Lusófonos
A Folheto Edições, a Câmara Municipal da Batalha e o Director do Mosteiro da Batalha têm a honra de convidar todos os que passam por este “quarto que sente” para a apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos, na qual eu participo com cinco poemas.
A cerimónia terá lugar no Mosteiro da Batalha, no dia 5 de Abril de 2009, com início às 15h30, nas Capelas Imperfeitas, com a actuação da Orquestra Filarmonia das Beiras. Às 16h30, no Auditório do Mosteiro, terá lugar a apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos.
Haverá um momento de poesia com a participação de vários poetas.
Apareçam!
A cerimónia terá lugar no Mosteiro da Batalha, no dia 5 de Abril de 2009, com início às 15h30, nas Capelas Imperfeitas, com a actuação da Orquestra Filarmonia das Beiras. Às 16h30, no Auditório do Mosteiro, terá lugar a apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos.
Haverá um momento de poesia com a participação de vários poetas.
Apareçam!
27 março 2009
24 março 2009
Só
Finalmente encontrei uma tradução que me agrada do poema de que mais gosto do Edgar Allan Poe.
Tinha de a partilhar convosco. É uma tradução de Henrique Fialho (que a semana passada encerrou o seu blog) e com ela termino, eu, este ciclo dedicado a Allan Poe. Pelo menos por agora.
Um grande abraço a todos os companheiros desta pequena aventura (um ainda mais forte para a EBernardes, por... tudo).
Foto de Helena Margarida Pires de Sousa
Só
Desde a hora da infância eu não fui
Como outros foram - eu não vi
Como outros viram – não pude tomar
Minhas paixões duma primavera vulgar.
Da mesma nascente eu não traguei
A minha tristeza; eu não despertei
Para o júbilo comum o meu coração;
E tudo o que amei, eu amei em solidão.
Nesse tempo da infância – na madrugada
Da vida mais tormentosa – foi traçada
Das profundezas do bem e do mal
O mistério que me mantém sem igual:
Da torrente ou da fonte,
Do rubro penhasco do alto monte,
Do sol que gira em meu torno
Num matiz dourado de Outono –
Do relâmpago no céu
Que tão perto de mim se deu –
Da tempestade e do trovão,
E da nuvem que adquiriu a feição
(Quando azul era o resto dos Céus)
De um demónio aos olhos meus.
Edgar Allan Poe
De um demónio aos olhos meus.
Edgar Allan Poe
(Tradução de Henrique Manuel Bento Fialho)
21 março 2009
20 março 2009
Sensações de Baltimore
(incompleta)
“Cidade triste entre as tristes,(incompleta)
Oh Baltimore!
Mal eu diria que na terra existes
Cidade dos Poetas e dos Tristes,
Com teus sinos clamando “Never-more”.
Os comboios relâmpago voando,
Pela cidade de Baltimore,
Levam uns sinos que de quando em quando
Ferem os ares, o coração magoando
E os sinos clamam “Never-more, never-more”. (…)”
Baltimore, 1897
NOBRE, António. Despedidas: 1895-1899.
Pref. José Pereira de Sampaio.Porto, s/ed., 1902.
a edgar allan poe
“Meu relógio soando de pés nus a quinta hora da noite italiana
minha cabeça de anéis dolorosos como jacintos pretos recém-colhidos
minha criança grande escorregando pelos braços da mãe quando mil candelabros dardejando nas escadas dos palácios anunciavam um corpo delicado e quente
minha caranguejola de diamante entre a vida e a morte a graça e a desgraça a verdade e o erro
meu malfadado e misterioso homem
figura descida figura embrulhada figura muitos pés acima de si mesma e no entanto figura de claridade
figura de homem deitado com uma estrela na boca escorrendo água. (…)”
CESARINY, Mário. Pena Capital.
12 março 2009
Rotação
Rotação
É nos teus olhos que o mundo inteiro cabe,
mesmo quando as suas voltas me levam para longe de ti;
E se outras voltas me fazem ver nos teus
os meus olhos, não é porque o mundo parou, mas
porque esse breve olhar nos faz imaginar que
só nós é que o fazemos andar.
Nuno Júdice
in Pedro, lembrando Inês.
Publicações Dom Quixote, 2008, pg. 25
mesmo quando as suas voltas me levam para longe de ti;
E se outras voltas me fazem ver nos teus
os meus olhos, não é porque o mundo parou, mas
porque esse breve olhar nos faz imaginar que
só nós é que o fazemos andar.
Nuno Júdice
in Pedro, lembrando Inês.
Publicações Dom Quixote, 2008, pg. 25
10 março 2009
09 março 2009
A semana da leitura
Fotografia de Justin Cartier
Na semana passada, nas escolas públicas por todo o País foram levadas a cabo iniciativas relacionadas com a promoção da leitura.
Apercebi-me que as actividades tendem a ser muito semelhantes nas várias escolas, mas esse, a meu ver, não é um aspecto negativo da acção. Na verdade, se as estratégias têm sucesso num determinado ano e numa determinada escola, por que motivo as devemos mudar? Com base apenas na atracção pela inovação?
A leitura em voz alta, os conselhos de leitura entre pares, o contacto directo com escritores e ilustradores e a participação das famílias dos alunos são (e serão) estratégias muito positivas, uma vez que colocam a experiência da leitura e os afectos “dentro do mesmo saco”.
O facto de as iniciativas em si não consagrarem grande novidade não me parece ser o mais importante. Uma semana por ano a vivenciá-las até deixa, em quem nelas participa, vontade de que a semana da leitura do ano seguinte chegue depressa e aguça o desejo de prolongar essa experiência aos restantes dias do ano.
Apercebi-me que as actividades tendem a ser muito semelhantes nas várias escolas, mas esse, a meu ver, não é um aspecto negativo da acção. Na verdade, se as estratégias têm sucesso num determinado ano e numa determinada escola, por que motivo as devemos mudar? Com base apenas na atracção pela inovação?
A leitura em voz alta, os conselhos de leitura entre pares, o contacto directo com escritores e ilustradores e a participação das famílias dos alunos são (e serão) estratégias muito positivas, uma vez que colocam a experiência da leitura e os afectos “dentro do mesmo saco”.
O facto de as iniciativas em si não consagrarem grande novidade não me parece ser o mais importante. Uma semana por ano a vivenciá-las até deixa, em quem nelas participa, vontade de que a semana da leitura do ano seguinte chegue depressa e aguça o desejo de prolongar essa experiência aos restantes dias do ano.
01 março 2009
Alone
Fotografia Alba Luna
From childhood's hour I have not been
as others were; I have not seen
as others saw; I could not bring
my passions from a common spring.
as others were; I have not seen
as others saw; I could not bring
my passions from a common spring.
From the same source I have not taken
my sorrow; I could not awaken
my heart to joy at the same tone;
and all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn
of a most stormy life- was drawn
from every depth of good and ill
the mystery which binds me still:
from the torrent, or the fountain,
from the red cliff of the mountain,
from the sun that round me rolled
in its autumn tint of gold,
from the lightning in the sky
as it passed me flying by,
from the thunder and the storm,
and the cloud that took the form
(when the rest of Heaven was blue)
of a demon in my view.
Edgar Allan Poe
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