02 novembro 2018

(aí estou eu)

"Na vastidão do universo espiral
Nos segmentos de uma distância mito
Na proporção das metades e outras literaturas
Nessa convergência de encenações e de fotos
Aí estás método de alucinação e cicio
Aí estás no desnorte dos timbres
Nas extrapolações de portas para o infinito
Aí estás nas estradas de absinto
Metáfora de nenhures aprendizagem
de despedidas e encontros calmos
Recordações dessa tua infância forrada
de imagens , livros , apreensões do corpo
Engoles a ansiedade com a força de eurídice
Aludes ao passado como ulisses nos seus portos
És a infanta tangível do sol e das estrelas
Percorres os gestos na amplidão do esotérico
Musa dos locais de poesia e do encontro de palavras
Musa do infalível
Musa da emulsão
Infanta dos desertos sem continentes
nem cisnes nem prosódias nem cheiros
nem opacidades nem vertigens
nem ramagens nem jogos
nem urzes nem iludidos lírios
nem silêncios nem ventos
nem celeridade das pedras recordadas
nem as esquecidas nem as mais amadas"
Cecília Barreira

Sem comentários: