27 agosto 2012

A nona elegia de Rilke

A nona elegia


PORQUÊ, se é possível viver o prazo da existência,

até ao seu termo, como loureiro, um pouco mais escuro do que

todos os outros tons de verde, com pequenas ondas no rebordo

da folhagem (como o sorriso de um vento) -: porquê então esta

forçosa existência humana – e, evitando o destino,

ter saudades do destino?...


Oh! Não porque a felicidade,

proveito antecipado de uma perda próxima.

Não por curiosidade, ou para exercitar o coração,

que também haveria no loureiro…”

(…)

Rainer Maria Rilke

(1875-1926)

In “As elegias de Duíno”

Ed. Assírio & Alvim, 1993, pg. 83