17 novembro 2009

Calendário - 2010



O Calendário Ilustrado 2010 da APCC - Associação para a Promoção Cultural da Criança vai ser lançado a 20 de Novembro com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias, ficando em banca durante duas semanas, onde poderá ser adquirido por 2,50 €.
É um calendário que contém ilustrações de Madalena Matoso.
De que melhor maneira se pode começar 2010, senão rodeados de beleza e de arte?
Está certo, temos também a boa música e a boa companhia. Não se pode negar esse facto.

13 novembro 2009

Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos, in "Poemas"

11 novembro 2009

Dinossáurio carnívoro passou por Ourém



Notícia aqui.

Para os meus amigos de "longe", será mais um ponto a explorar numa próxima visita.

Para os de mais perto, 'bora lá à procura das pegadas dos carnívoros?

10 novembro 2009

Ode

Understand the things I say,

don't turn away from me,

'Cause I've spent half my life out there,

you wouldn't disagree.

Do you see me? Do you see?

Do you like me? Do you like me standing there?

Do you notice? Do you know?

Do you see me? Do you see me?

Does anyone care?

Unhappiness where's when I was young,

And we didn't give a damn,

'Cause we were raised,

To see life as fun and take it if we can.

My mother, my mother,

She hold me, she hold me, when I was out there.

My father, my father,

He liked me, oh, he liked me.

Does anyone care?

Understand what I've become, it wasn't my design.

And people ev'rywhere think, something better than I am.

But I miss you, I miss, 'cause I liked it,

'Cause I liked it, when I was out there.

Do you know this?

Do you know you did not find me. You did not find.

Does anyone care?

Unhappiness where's when I was young,

And we didn't give a damn,

'Cause we were raised,

To see life as fun and take it if we can.

My mother, my mother,

She hold me, she hold me, when I was out there.

My father, my father,

He liked me, oh, he liked me.

Does anyone care?

09 novembro 2009

nunca é demais falar das árvores felizes

Fotografia de Gonzales


Nunca é demais
falar dos braços que
percorrem corpos.
Das amêndoas em
flor. Das árvores
felizes. Nunca é
demais repetir a
beleza esfuziante.
E que fazer perante
o corpo que envelhece,
o sonho que se trai,
o perdão que não
houve; como
entender o outro
lado da fronteira
onde o medo e a
morte espreitam?

Cecília Barreira
in 7&10,
Europress, 2003, pg. 15