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Lembro-me das suas aulas, do seu sorriso e sobretudo, do seu olhar transparente e fascinante.
Deixo aqui um dos seus poemas.
Um rio de luzes
Um rio de escondidas luzes
atravessa a invenção da voz:
avança lentamente
mas de repente
irrompe fulminante
saindo-nos da boca
No espantoso momento
do agora da fala
é uma torrente enorme
um mar que se abre
na nossa garganta
Nesse rio
as palavras sobrevoam
as abruptas margens do sentido.
in O Pavão Negro,
Ed. Assírio & Alvim, 2003
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